O Respeito Silencioso

O que é respeito? O que é respeitar?
No interior, nas grandes propriedades, os limites entre as propriedades são demarcados a arame farpado; dessa forma se entende que é necessário respeitar o limite entre uma propriedade e outra. Qualquer um pode passar entre os vãos da cerca, qualquer um pode se aventurar para o outro lado, porém, respeita-se, não se atravessa para além do limite que o outro estabeleceu.
Então posso entender que respeito é não ultrapassar o limite que o outro estabeleceu... Vem aí a pergunta? Eu sei qual é o limite do meu próximo?
Conheço pessoas que tem um “feeling”, um senso de percepção que os permite saber até onde podem avançar. Admiráveis, calam-se quando o que é declarado em uma roda de amigos não lhe agrada, olham reprovativamente, mas não entra em discussão, observam, refletem, mas não se manifestam em palavras, seu manifesto é a cumplicidade ou o silêncio.
Estas pessoas são racionais, a maioria delas deixou para trás seus preconceitos por conta de um racionalismo quase científico, não vêm mais o diferente de forma apaixonada mas, simplesmente como uma das diversas manifestações do jogo genético humano, assim como nas plantas e nos outros animais.
Destas pessoas o respeito se dá da forma mais pura, mais honesta, de livre vontade, pois, sabem que não vale a pena perder um bom amigo, horas de bom papo e companheirismo por conta de “miudezas” das vidas particulares. O que é particular não se avança! Como a cerca entre as propriedades que permite olha para o outro lado, ver tudo que lá está até a linha do horizonte, porém não se avança, mesmo podendo fazê-lo. A invasão àquilo que é do outro é algo inimaginável. O que é seu, para mim se não me prejudica, não necessita explicações.
Este é o respeito que deveria ser praticado pelo guerreiro, o respeito consciente, honesto, espontâneo, o respeito manifesto em não perguntar sobre aquilo que não lhe diz respeito, não invadir o limite do próximo.



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